Nota do Editor: Esse artigo foi publicado com a intenção de levantar alguma discussão acerca das mudanças na área de Tecnologia e Informação e suas implicações para o profissional Arquivista. Não deixe de escrever sua opinião na área de comentários!

Cansado de telefonar para o departamento de tecnologia para resolver aquele problema no computador no trabalho? Pois para o escritor especializado em TI Nicholas Carr , todos os departamentos de TI  estão irrevogavelmente condenados à morte. É o que garante em seu livro recém-publicado nos EUA, “The big switch: rewiring the world from Edison to Google”.

A idéia de Carr é que, à medida que a tecnologia vira, mais e mais, um monte de aplicações utilitárias agregadas em rede , menos faz sentido ter um departamento cheio de dados em datacenters particulares, em que se gastam fortunas.

Hoje, se você tem um navegador e uma conexão rápida com a Internet, não faz a menor diferença em que lugar o software esteja rodando”, explica ele . Nenhum dos programas de YouTube, Yahoo!, Wikipedia, Gmail, Flickr está guardado no seu HD.

E você não liga. Já as empresas…” Pois é, para elas faz toda a diferença. Bilhões de dólares foram gastos em datacenters, sistemas operacionais complexos e centenas de profissionais de tecnologia são bem pagos para cuidar de tudo isso.”

“Desde que as empresas começaram a instalar computadores, há 50 anos, acharam que tinham que comprar seu próprio hardware e software. Agora, sem mais nem menos, isso não faz mais sentido, e elas precisam repensar tudo.

Será que realmente precisam de todos aqueles sistemas caríssimos? Será que precisam mesmo do departamento de TI?”   Para Carr, a mudança se assemelha à que veio quando os desktops acabaram com o reinado dos mainframes, nos anos 80. É uma nova quebra de paradigma.

“No longo prazo, é improvável que o departamento de TI sobreviva, pelo menos na forma como o conhecemos hoje”, escreve ele no livro.

O autor faz um paralelo entre a tecnologia da informação e a eletricidade. No começo do século passado, as empresas tinham seus próprios geradores e cuidavam de sua própria eletricidade. À medida que o fornecimento de eletricidade virou um serviço, percebeu-se que não mais era necessário ter uma divisão dedicada a ela; bastava ligar própria eletricidade: na tomada.

O mesmo vai acontecer com a TI, defende Carr. Da mesma forma, bastará conectar o computador à rede para ter acesso a dados e serviços e conteúdos e aplicações.

“Dadas as vantagens económicas das firmas online, que serão cada vez maiores, com a queda do custo de processamento de dados e comunicações, firmas tradicionais de TI  não terão OUTRA saída a não ser uma repaginação no seu negocio dispensando a grande parte de seus funcionários. de TI ”

Os profissionais de TI não serão os únicos que sofrerão com esta  modificação nas condições de oferta de serviços de informação online e sem custo.  Outros atores serão reposicionados ou terão sua utilidade repensada em termos de utilidade para a empresa.  Carr reserva a sua mais direta e certeira indicação o para o nebuloso futuro dos jornalista neste novo mundo dos conteúdos online.

Se os conteúdo dos fatos , as ideias e as ocorrências do cotidiano são produzidas e bastante ofertadas online, em palavras, imagens e sons e acessíveis sem custo,  o profissional só terá sua defesa nas  arcaicas  leis de proteção de reserva de mercado intelectual. Jornalistas, editores fotógrafos, bibliotecários e outros profissionais da informação serão reposicionados certamente por pessoas que não estarão na lista de pagamentos da empresa.

O paradigma tecnológico modificou a plataforma estática da relação trabalho, emprego, empresa.

Fonte: Texto veiculado na [e-texto/abarreto-l] – Lista de discussão do IASI – Instituto de Adaptação e Inserção na Sociedade da Informação, sob responsabilidade do Prof. Dr. Aldo Barreto (IBICT).

Seu trabalho ainda existe – Nada será como antes na relação trabalho e empresa

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